terça-feira, 18 de agosto de 2009

Ponto & Contra Ponto

PONTO...
"Homossexuais podem mudar"

VEJA O CADERNO ESPECIAL

PONTO E CONTRA PONTO


A psicóloga repreendida pelo conselho federal por anunciar que muda a orientação sexual de gays diz que ela é quem está sendo discriminada
Juliana Linhares


"Preciso continuar a atender as pessoas que voluntariamente desejam

deixar a atração pelo mesmo sexo"

Aceitar as diferenças e entender as variações da sexualidade são traços comuns das sociedades contemporâneas civilizadas. A psicóloga Rozângela Alves Justino, 50, faz exatamente o contrário. Formada em 1981 pelo Centro Universitário Celso Lisboa, do Rio de Janeiro, com especialização em psicologia clínica e escolar, ela considera a homossexualidade um transtorno para o qual oferece terapia de cura. Na semana passada, foi censurada publicamente pelo Conselho Federal de Psicologia (formado, segundo ela, por muitos homossexuais "deliberando em causa própria") e impedida de aceitar pacientes em busca do "tratamento". Solteira, dedicada à profissão e fiel da Igreja Batista, Rozângela diz que ouviu um chamado divino num disco de Chico Buarque e compara a militância homossexual ao nazismo. Só se deixa fotografar disfarçada, por se sentir ameaçada, e faz uma defesa veemente de suas opiniões.


A senhora acha que os homossexuais sofrem de algum distúrbio psicológico?

O Conselho Federal de Psicologia não quer que eu fale sobre isso. Estou amordaçada, não posso me pronunciar. O que posso dizer é que eu acho o mesmo que a Organização Mundial de Saúde. Ela fala que existe a orientação sexual egodistônica, que é aquela em que a preferência sexual da pessoa não está em sintonia com o eu dela. Essa pessoa queria que fosse diferente, e a OMS diz que ela pode procurar tratamento para alterar sua preferência. A OMS diz que a homossexualidade pode ser um transtorno, e eu acredito nisso.
"Conheço pessoas que deixaram as práticas homossexuais. E isso lhestrouxe conforto. Perderam a atração homossexual, que foi se minimizando. Deixaram de sentir o desejo por intermédioda psicoterapia e por outros meios"


O que é não estar em sintonia com o seu eu, no caso dos homossexuais?

É não estar satisfeito, sentir-se sofrido com o estado homossexual. Normalmente, as pessoas que me procuram para alterar a orientação sexual homossexual são aquelas que estão insatisfeitas. Muitas, depois de uma relação homossexual, sentem-se mal consigo mesmas. Elas podem até sentir alguma forma de prazer no ato sexual, mas depois ficam incomodadas. Aí vão procurar tratamento. Além disso, transtornos sexuais nunca vêm de forma isolada. Muitas pessoas que têm sofrimento sexual também têm um transtorno obsessivo-compulsivo ou um transtorno de preferência sexual, como o sadomasoquismo, em que sentem prazer com uma dor que o outro provoca nelas e que elas provocam no outro. A própria pedofilia, o exibicionismo, o voyeurismo podem vir atrelados ao homossexualismo. E têm tratamento. Quando utilizamos as técnicas para minimizar esses problemas, a questão homossexual fica mínima, acaba regredindo.

Há estudos que mostram que ser gay não é escolha, é uma questão constitutiva da sexualidade. A senhora acha mesmo possível mudar essa condição?

Cada um faz a mudança que deseja na sua vida. Não sou eu a responsável pela mudança. Conheço pessoas que deixaram as práticas homossexuais. E isso lhes trouxe conforto. Conheço gente que também perdeu a atração homossexual. Essa atração foi se minimizando ao longo dos anos. Essas pessoas deixaram de sentir o desejo por intermédio da psicoterapia e por outros meios também. A motivação é o principal fator para mudar o que quiser na vida.


A senhora é heterossexual?

Sou.
Pela sua lógica, seria razoável dizer que, se a senhora quisesse virar homossexual, poderia fazê-lo. Eu não tenho essa vivência. O que eu observei ao longo destes vinte anos de trabalho foram pessoas que estavam motivadas a deixar a homossexualidade e deixaram. Eu conheço gente que mudou a orientação sem nem precisar de psicólogo. Elas procuraram grupos de ajuda e amigos e conseguiram deixar o comportamento indesejado. Mas, sem dúvida, quem conta com um profissional da área de psicologia tem um conforto maior. Eu sempre digo que é um mimo você ter um psicólogo para ajudá-lo a fazer essa revisão de vida. As pessoas se sentem muito aliviadas.
Esse alívio não seria maior se a senhora as ajudasse a aceitar

sua condição sexual?

Esse discurso está por aí, mas não faz parte do grupo de pessoas que eu atendo. Normalmente, elas vêm com um pedido de mudança de vida.
Se um homem entrar no seu consultório e disser que sabe que é gay, sente desejo por outros homens, só precisa de ajuda para assumir perante a família e os amigos, a senhora vai ajudá-lo? Ele não vai me procurar. Eu escolho os pacientes que vou atender de acordo com minhas possibilidades. Então, um caso como esse, eu encaminharia a outros colegas.


Não é cruel achar que os gays têm alguma coisa errada?

O que eu acho cruel é ser uma profissional que quer ajudar e ser amordaçada, não poder acolher as pessoas que vêm com uma queixa e com um desejo de mudança. Isso é crueldade. Eu estou me sentindo discriminada. Há diversos abaixo-assinados de muitas pessoas que acham que eu preciso continuar a atender quem voluntariamente deseja deixar a atração pelo mesmo sexo.
Por que a senhora acha que o Conselho Federal de Psicologia está errado e a senhora está certa? Há no conselho muitos homossexuais, e eles estão deliberando em causa própria. O conselho não é do agrado de todos os profissionais. Amanhã ele muda. Eu mesma posso me candidatar e ser presidente do Conselho de Psicologia. Além disso, esse conselho fez aliança com um movimento politicamente organizado que busca a heterodestruição e a desconstrução social através do movimento feminista e do movimento pró-homossexualista, formados por pessoas que trabalham contra as normas e os valores sociais.
Gays existem desde que o mundo é mundo. Aparecem em todas as civilizações. Isso não indica que é um comportamento inerente a uma parcela da humanidade e não deve ser objeto de preconceito? Olha, eu também estou sendo discriminada. Estou sofrendo preconceito.

Será que não precisaria haver mais aceitação da minha pessoa?

Há discriminação contra todos. Em 2002, fiz uma pesquisa para verificar as violências que as pessoas costumam sofrer, e o segundo maior número de respostas foi para discriminação e preconceito. As pessoas são discriminadas porque têm cabelo pixaim, porque são negras, porque são gordas.

Você nunca foi discriminada?


Não como os gays são.

Não?

Nunca ninguém a chamou de nariguda? De dentuça? De magrela?

O que quero dizer é que as pessoas que estão homossexuais sofrem discriminação como todas as outras. Eu tenho trabalhado pelos que estão homossexuais. Estar homossexual é um estado. As pessoas são mulheres, são homens, e algumas estão homossexuais.


Isso não é discriminação contra os que são homossexuais e gostam de ser assim?

Isso é o que você está dizendo, não é o que a ciência diz. Não há tratados científicos que digam que eles existem. Eu não rotulo as pessoas, não chamo ninguém de neurótico, de esquizofrênico. Digo que estão esquizofrênicos, que estão depressivos. A homossexualidade é algo que pode passar. Há um livro do autor Claudemiro Soares que mostra que muitas pessoas famosas acreditam que é possível mudar a sexualidade. Entre eles Marta Suplicy, Luiz Mott e até Michel Foucault, todos historicamente ligados à militância gay.


Quantas pessoas a senhora já ajudou a mudar de orientação sexual?

Nunca me preocupei com isso. Psicólogo não está preocupado com números. Eu vou fazer isso a partir de agora. Vou procurar a academia novamente. Vou fazer mestrado e doutorado. Até hoje, eu só me preocupei em acolher pessoas.


O que a senhora faria se tivesse um filho gay?

Eu não teria um filho homossexual. Eu teria um filho. Eu iria escutá-lo e tentaria entender o que aconteceu com ele. Os pais devem orientar os filhos segundo seus conceitos. É um direito dos pais. Olha, eu quero dizer que geralmente as pessoas que vivenciam a homossexualidade gostam muito de mim. E também quero dizer que não sou só eu que defendo essa tese. Apenas estou sendo protagonista neste momento da história.


A senhora se considera uma visionária?

Não. Eu sou uma pessoa comum, talvez a mais simplesinha. Não tenho nenhum desejo de ficar famosa. Nunca almejei ir para a mídia, ser artista, ser fotografada.
A senhora já declarou que a maior parte dos homossexuais é assim porque foi abusada na infância.

Em que a senhora se baseou?

É fato que a maioria dos meus pacientes que vivenciam a homossexualidade foi abusada, sim. Enquanto nós conversamos aqui, milhares de crianças são abusadas sexualmente. Os estudos mostram que os abusos, especialmente entre os meninos, são muito comuns. Aquelas brincadeiras entre meninos também podem ser consideradas abusos. O que vemos é que o sadomasoquismo começa aí, porque o menino acaba se acostumando àquelas dores. O homossexualismo também.


A senhora é evangélica. Sua religião não entra em atrito com sua profissão?

Não. Sou evangélica desde 1983. Nos anos 70, aconteceu algo muito estranho na minha vida. Eu comprei um disco do Chico Buarque. De um lado estavam as músicas normais dele. Do outro, em vez de tocar Carolina, vinha um chamamento. Eram todas canções evangélicas. Falavam da criação de Deus e do chamamento da ovelha perdida. Fui tentar trocar o LP e, na loja, vi que todos os discos estavam certinhos, menos o meu. Fiquei pensando se Deus estava falando comigo.
O espírito cristão não requer que os discriminados sejam tratados com maior compreensão ainda?

Se eu não amasse as pessoas que estão homossexuais, jamais trabalharia com elas. Até mesmo os ativistas do movimento pró-homossexualismo reconhecem o meu amor por eles. Sempre os tratei muito bem. Sempre os cumprimentei. Na verdade, eles me admiram.


Por que a senhora se disfarça para ser fotografada?

Um dos motivos é que eu não quero entrar no meu prédio e ter o porteiro e os vizinhos achando que eu tenho algum problema ligado à sexualidade. Além disso, quero ser discreta para proteger a privacidade dos meus pacientes. Por fim, há ativistas que têm muita raiva de mim. Eu recebo vários xingamentos; eles me chamam de velha, feia, demente, idiota. Trabalho num clima de medo, clandestinamente, porque sou muito ameaçada. Aliás, estou fazendo esta entrevista e nem sei se você não está a serviço dos ativistas pró-homossexualimo. Eu estou correndo risco.

"O ativismo pró-homossexualismo está diretamente ligado ao nazismo.

Todos os movimentos de desconstrução social estudam o nazismo,

porque compartilham um ideal de domínio político e econômico mundial"


Que poder exatamente a senhora atribui a esses ativistas pró-homossexualismo?

O ativismo pró-homossexualismo está diretamente ligado ao nazismo. Escrevi um artigo em que mostro que os dois movimentos têm coisas em comum. Todos os movimentos de desconstrução social estudaram o nazismo profundamente, porque compartilham um ideal de domínio político e econômico mundial. As políticas públicas pró-homossexualismo querem, por exemplo, criar uma nova raça e eliminar pessoas. Por que hoje um ovo de tartaruga vale mais do que um embrião humano? Por que se fala tanto em leis para assassinar crianças dentro do ventre da mãe? Porque existe uma política de controle de população que tem por objetivo eliminar uma parte significativa da nação brasileira. Quanto mais práticas de liberação sexual, mais doenças sexualmente transmissíveis e mais gente morrendo. Essas políticas públicas todas acabam contribuindo para o extermínio da população. Essas pessoas que estão homossexuais estão ligadas a todo um poder nazista de controle mundial.


Não há certo exagero em comparar a militância homossexual ao nazismo?

Bom, se você acha que isso pode me prejudicar, então tire da entrevista. Mas é a realidade

***

...CONTRA PONTO

HOMOSSEXUALIDADE é DOENÇA?


As instituições internacionais de saúde, em especial, a OMS (Organização Mundial da Saúde), um órgão da ONU, localizado em Genebra (Suíça) afirmam que gostar, sexualmente e afetivamente, de pessoas do mesmo sexo, não é doença!


Dentro da sexualidade humana a homossexualidade, hoje, é vista como uma possibilidade de envolvimento afetivo; como uma possibilidade de prática sexual, de satisfação física; como um possível estilo de vida entre as pessoas (homens com homens ou mulheres com mulheres). Portanto, a homossexualidade é uma das possibilidades que a espécie humana encontra de expressão e direcionamento do desejo e da atração erótica.


Essa atração erótica, esse desejo e esse envolvimento afetivo:


1. quando direcionados para pessoas do sexo oposto (homens e mulheres), é chamada de HETEROsexualidade (hetero = diferente);


2. quando pessoas do mesmo sexo se atraem, denominamos essa relação de HOMOsexualidade (homo=igual, o mesmo que);


3. quando a atração, o desejo e o afeto podem ser expressadas a pessoas dos dois sexos, denominamos de BIsexualidade (BI = dois).


Ninguém precisa se sentir mal com o fato de se perceber atraído por pessoas do mesmo sexo ...

Essa sensação de desconforto só acontece porque aprendemos que esta forma de relacionamento não é positiva ... não é "normal".

Esse sentimento negativo, frente a homossexualidade, é muito mais uma idéia da nossa cultura ... do nosso meio social, do que, propriamente, uma sensação pessoal.


Quero dizer com isso que, os gays e lésbicas, não tem qualquer dúvida que só serão sexual e afetivamente felizes, se viverem juntos de pessoas do mesmo sexo. O sentimento de tristeza ... de rejeição e de infelicidade, não é oriundo da condição de "ser homossexual" ... mas sim, de viver nesta sociedade preconceituosa e intolerante.

Por que a homossexualidade é considerada ruim?


Consideramos a homossexualidade algo ruim, porque aprendemos que o único padrão de envolvimento afetivo e sexual permitido pela cultura é aquele que envolve um homem e uma mulher. Essa idéia tem uma lógica: ela está baseada na visão de uma sexualidade reprodutiva; está respaldada por uma visão restrita de família constituída por um homem e uma mulher; está convenientemente camuflada pelo ocultação do afeto, da busca pelo companheirismo, da conjugalidade como fatores fundamentais para a felicidade das pessoas e que pode estar presente no envolvimento entre pessoas do mesmo sexo; e, por fim, está baseada na construção histórica da homossexualidade como doença (conceito superado, nos dias de hoje).
A homossexualidade sempre existiu no comportamento sexual humano. No entanto, sempre foi, ideologicamente excluída da sexualidade dita normal. Mesmo a humanidade tendo sua história de repressão contra essa prática, mesmo que a sociedade conservadora tenha sempre dito que é anormal, as pessoas continuam a sentir a atração e o desejo erótico por pessoas do mesmo sexo!!!
Talvez, esteja na hora da sociedade mudar o significado e o conceito negativo afetiva e sexual, encarando-a como uma possibilidade da sexualidade humana se expressar.


ORGULHO em SER GAY!


Tenho 31 anos. Faço Pós-graduação ... escolhi como tema de minha pesquisa o chamado "casamento gay". Sou homossexual ... Até os 24 anos tentei combater minha homossexualidade; até os 28 anos a carreguei como um grande segredo; hoje todos (família, amigos, trabalho) sabem que sou gay e tenho muito orgulho disso ... falar a verdade sobre mim mesmo tornou-me uma pessoa muito mais feliz.


Sem dúvida a temática gay, além de polêmica, é envolta de muito desconhecimento e preconceito. Estudar este universo sexual só contribuirá para diminuir os mitos e, em conseqüência, a intolerância social, diante dessa possibilidade sexual e afetiva.


Te sugiro olhar o site www.glssite.com.br , cuja organização é do Roberto Warken, um aluno do Curso de Mestrado em Educação e Cultura, da UDESC, que pesquisou e aperfeiçoou este site para o trabalho de educação sexual para gays e lésbicas. Nas páginas do glssite vc encontrará um setor destinado a referências bibliográficas, com alguns bom livros.


Quanto ao seu trabalho, sugiro repensar o tema central, discutindo e ampliando, em especial "a conjugalidade gay", mais do que "o casamento gay". Certamente, embora haja uma tentativa de assegurar o modelo heterossexual de família e casal, as uniões gays baseiam-se mais, na clandestinidade, na co-habitação não obrigatória, na maior democratização da relação, numa mais comum flexibilidade dos papéis ativo-passivo, etc.


Não esqueça que a discussão passa também, por conquistas de direitos humanos e cidadania ... portanto discute a

EXCLUSÃO SOCIAL e SEXUAL.

Para isso, em muitos momentos, a tônica de abordagem sai do campo da sexualidade e atinge o campo filosófico, em especial, o da ética social. Parabéns pelo orgulho que vc manifesta ter de si mesmo e do fato de ser gay. As pessoas são o que são e, precisam ser valorizadas pelo CARÁTER que apresentam e não, pelos detalhes de sua sexualidade. A condição de desejar e amar pessoas do mesmo sexo faz parte da ampla natureza sexual humana, desde que a humanidade existe no planeta. O preconceito e a intolerância ao homoerotismo é que são duas invenções humanas que devem ser superadas.

“SE EU PUDESSE NÃO SERIA HOMOSSEXUAL”!!!

Desde os meus 13 anos, tenho notado que não sinto nenhum tipo de atração por mulheres.

Por que existem pessoas assim, como eu?

Eu não escolhi ser homossexual, foi naturalmente, pois se eu pudesse, nunca escolheria este "caminho tão difícil” (homem, 25 anos).

Sentir interesse por pessoa do mesmo sexo é uma das possibilidades reais e possíveis que a espécie humana encontra de expressão de sua sexualidade. Esse interesse pode ser físico e/ou emocional. Quero dizer que homens podem sentir desejo sexual e afeto, paixão e amor, por outros homens ... assim como há mulheres que apresentam o mesmo sentimento por outras mulheres.
Os estudos atuais, quer sejam eles biológicos (genéticos, hormonais), antropológicos, sociológicos, psicológicos e educacionais tendem a compreender a homossexualidade como uma possibilidade erótica humana. Há teorias atuais que pensam que a orientação sexual (hetero, homo ou bissexualidade) também deve ser vista como potencialmente sujeita as estruturas sociais de representação das identidades sexuais e de gênero, do imaginário erótico (individual e coletivo) e sujeitas a mudanças ao longo da vida. Portanto, é uma linha de pensamento que não vê a sexualidade como fixa, acabada e imutável. É possível, que as pessoas, ao longo da vida, tenham outras experiências e desejos.

A homossexualidade sempre existiu no comportamento sexual humano, nas mais diversas culturas e formas de organização social. No entanto, sempre foi, ideologicamente excluída da sexualidade dita normal. Há toda uma história de repressão contra essa prática mas, mesmo assim, as pessoas continuam a sentir a atração e afeto por pessoas do mesmo sexo! Talvez essa espontaneidade com que a homossexualidade surge nas pessoas nos diga que esse tipo de sentimento é mais natural e normal do que imaginamos! Talvez essa “insistência” do sentimento entre pessoas do mesmo sexo, se tornando cada vez mais visível das sociedades, nos faça repensar e recriar nossas idéias acerca do “certo” e do “errado” sobre a sexualidade humana.



MEU FILHO É GAY!!!






Meu filho de 19 anos me disse que era gay a mais ou menos um mês.

Eu e minha mulher estamos com muita dificuldade em lidar com o fato...


Como sou professora de educação sexual e, tenho contribuído na formação, nos últimos anos, de educadoras/es (que também são pais e mães), vou fazer alguns comentários que considero interessantes para sua reflexão.


Por que saber que seu filho é gay, lhes incomodou, lhes perturbou, lhes proporcionou um sentimento ruim?


Talvez porque o significado que a homossexualidade possui é ruim ... de um comportamento errado. No entanto, esse significado é uma invenção humana assim como outros aspectos da sexualidade que tiveram uma invenção também negativa na história, e hoje, foram repensados: por exemplo, a masturbação, a iniciação sexual feminina antes de um possível casamento, as manifestações da sexualidade infantil, uma sexualidade ativa na terceira idade, etc.





Alguns desses exemplos já tiveram seu significado alterado na sociedade. A masturbação --- hoje se sabe que, tocar no próprio corpo, longe de ser considerado "pecado", "perversão" ou "desvio", não causa espinha no rosto, nem tão pouco leva as pessoas a debilidade mental ...

A masturbação, adquiriu, nas últimas décadas, outro significado social, ela é fundamental para o conhecimento corporal, das sensações e do prazer.


A sociedade tem mudado o conceito frente ao amor e ao relacionamento entre pessoas do mesmo sexo. Em muitos países o reconhecimento legal dos direitos civis dessas pessoas é uma expressão dessa mudança conceitual.

***

NA NATUREZA, OS ANIMAIS SÃO EM SUA GRANDE MAIORIA HOMOSEXUAIS, TRANSEXUAIS E HERMAFRODITAS.

Documentário Científico da National Geografic

É impressionante como existem relações homosexuais, transexuais, e de outras formas que não o tradicional e preconceituoso método heterosexual entre os animais de quase todas as espécies.

As Hienas fêmeas, desenvolveramum clitóris gigantesco, com o passar do tempo para conservar e protejer as suas crias.

Elas também mantém relações entre femeas para de uma certa forma evitar novas gestações, é um controle de natalidade natural.

Não existe maldade, não existe desvio da sexualidade ou de caráter, é uma atitude natural de preservação da sua espécie.

Entre os macacos monobos, tudo é resolvido por, meio das relações sexuais, não exite nada proibido, eles tem relações entre macacos do mesmo sexo, sejam machos ou fêmeas, sejam idosos com jovens, todos os conflitos (se é que existem) são resolvidos por meio de uma boa relação sexual. São uma das espécies de primatas mais ajustados da natureza, vivendo em eterna harmonia e visível felicidade.

Algumas espécies de peixes, quando as fêmeas estão em um número muito inferior ao dos machos, alguns machos se transformam em fêmeas para que o equilíbrio da espécie seja novamente equilibrado, são transexuais por natureza.

Os Caramujos são Hermafroditas, eles são machos e fêmeas, eles se auto fecundam.

São independentes sexualmente, não precisam de parceiros para procriar.

Seriam aberrações da natureza, ou uma obra divina!?

Qual o propósito de tudo isso?

Segundo as observações científicas, e muito ao contrário do que muitos Religiosos e Filósofos pensam e pregam, esses animais tem um propósito fundamental ao se relacionarem entre eles de forma homosexual.

Não existe perversão, pecado ou "safadêza".

Na realidade, esses relações entre animais do mesmo sexo são de um lado para manter um controle de natalidade natural, e, por outro lado para instruir os animais mais novos de como se deve ter uma relação sadia, como se deve escolher o parceiro para conceber a nova família.

É uma forma de exercício pre- sexual, uma escola de treinamento assim como brincam de lutar para mais tarde saberem se defender dos seus adversários na disputa contínua por território e pelas fêmeas, ou no caso das fêmeas para que possam saber escolher os machos mais viris, que para elas significa filhos fortes e sadios.

Uma obra perfeita da natureza, sem desvios de comportamento, como pregam alguns preconceituosos e desinformados instrutores e criadores de regras retrógradas de comportamento social e religioso.

Quando o assunto é Ser Humano, queremos ser sempre diferentes dos demais animais, pelo simples fato de ter consciencia dos nossos atos.

A homosexualidade e as outras tendencias sexuais, é para nós, o mesmo que é para toda a natureza, alguem, algum dia é que distorceu o que é natural para influir em nosso comportamento natural, e imprimir complexos para assim manipular a nossa consciencia cmo se estivessemos doentes mentais, ou com problemas de posseção demoníaca.

O que para "Eles" é muito lucrativo e gera muitas oportunidades de manipular o comportamento alheio para onde se quer que essa lavagem cerebral milenar nos leve.

Será um verdadeiro exorcismo de nossa espécie humana quando podermos perceber que estamos todos sadios e equilibrados sexualmente com as nossas preferencias sexuais.

Somos seres mutantes, e quer queiramos ou não estamos em eterna mutação, pois mesmo contrario aos conceitos da Santa Igreja, a lei da evolução de Darwin é verdadeira e comprovada.

Em síntese...

A Homosexualidade é uma forma natural de aprendizado e de preparação para uma verdadeira relação quando essa realmente estiver no momento certo de acontecer.

Não é uma obrigação se ter relações e/ou atração por pessoas do mesmo sexo,

da mesma forma que também não é doença ou desvio de conduta.

Mas, se alguem tem o impulso natural de se relacionar com alguem do mesmo sexo que possa ter uma relação sadia e livre de complexos e/ou repressão.

A repressão deve ser contra aqueles que de forma ignorante reprimem, acusam, distorcem, e agridem qualquer manifestação de carinho, de afeto, de sexo, entre pessoas do mesmo sexo.

A Homofobia, assim como outras manifestações de preconceitos, é que criam no seio de nossa sociedade multipluralista uma sensação de desconforto e de complexos descabidos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário